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12 outubro 2013

Cruzes na porta!

Gosto das pessoas que dizem "faço uma cruz à porta e nunca mais lá vou". Gosto da determinação, da força de vontade.
Pois que eu não consigo ser assim!

Quando ainda estava em Portugal, assaltaram-me o carro 2 vezes em pouco espaço de tempo, sempre com o carro à porta de casa. Das duas vezes fiz queixa na GNR e das duas vezes me disseram, deliberadamente, quem eram os assaltantes lá da terra e que o meu carro ficava intacto porque esses ladrões usavam um sistema de chaves falsas para abrir os carros.
Da 2ª e última vez que me assaltaram o carro, foi a vez que fiquei mais possuída. Para além de terem levado o meu mp3 novinho em folha todo xpto (que eu tinha comprado para substituir o mp3 velho e ranhoso que levaram no 1º assalto), ainda tiveram o desplante de abancar dentro do carro a comer as bolachas que eu tinha no porta-luvas e deixaram-me o carro todo sujo. Já para não falar que das duas vezes me deixaram os documentos do carro em cima do banco, mesmo a dizer "Ainda somos bonzinhos, estás a ver? Podíamos levar-te os documentos, mas somos bonzinhos."
Depois do 2º assalto andei completamente variada da cabeça e tratei de ir a um café/restaurante lá na terra onde a mãe do chefe da quadrilha trabalhava como cozinheira. Eu dava-me bem com o dono e tinha a certeza de que ele me podia dar alguma informação ou passar algum aviso aos ladrõezecos. Mas enganei-me. Eu e o G. perguntámos se ele conhecia tais pessoas, porque já me tinham assaltado o carro 2 vezes, e ele disse logo que não sabia de quem se tratava e que não conhecia mesmo ninguém.
Eu passei-me e disse que podia-se enforcar com as coisas que eu, habitualmente, lhe comprava, porque a partir daquele dia não entraria mais ali.
E assim foi, durante uns tempos. Até que chegou um dia que eu precisava mesmo de pão e já não havia em loja nenhuma ali na terra e tive que lá ir. Engoli o orgulho (e o pão) e pronto.


Também já fiz uma cruz à porta num bar, num dia de Carnaval, em que estávamos na fila de pessoas para arranjar lugar para nos sentarmos e umas tias de Cascais passaram quase por cima de nós e sentaram-se logo de modo a que ficasse só uma cadeira disponível. Inicialmente tentámos falar calmamente com elas, mas elas foram super antipáticas e desagradáveis, chegando ao ponto de dizerem para nos sentarmos ao colo delas. Chamámos um dos empregados e ele disse que se elas já estavam sentadas quando chegámos, não podia fazer nada. Eu tentei explicar-lhe como se ele fosse muito burro, que nós já lá estávamos quando elas chegaram, mas ele não quis perceber... Virámos costas e fomos embora. Ainda chegámos a falar com o patrão pelas redes sociais, mas ele decidiu que as tias de cascais eram clientes mais importantes do que nós que éramos pessoas lá da terra. Desejei-lhe todo o mal do mundo, disse-lhe que toda a gente sabia que ele tem aquele bar à custa do tráfico de droga que faz com os barcos do pai e que podia riscar-nos da lista de clientes.
O problema é que depois disso já tivemos que lá voltar, porque parece que naquela terra quando alguém combina um café tem que ser, obrigatoriamente, naquele bar.

Aqui em França já andei chateada algumas semanas com um supermercado aqui na vila, em que os alarmes para mim tocavam sempre à saída. Um dia era uma etiqueta de alarme nas calças, noutro dia era no vestido... Mas à entrada só tocou uma vez, e à saída tocava sempre! Um dia tiraram-me a mala, reviraram tudo e uma pessoa de olhos em bico viu um verniz lá dentro e já me estava a querer acusar de ter roubado o verniz. Tentei explicar-lhe, em chinês, que aquele verniz era de uma marca portuguesa que não se vende em França e muito menos naquele supermercado. Nem nas lojas de chineses.
Passados uns dias entrei lá novamente, a medo, e nada tocou à entrada. Fui lá só buscar peixe para o jantar, quando passo o detector da caixa, aquilo desata a apitar... A rapariga da caixa disse que tinha que chamar a segurança naqueles casos. E eu disse-lhe "Olhe, sabe uma coisa... Pode ficar aí com o peixe, pode cozinhá-lo para o jantar. É que isto já aconteceu vezes demais e não vai haver mais nenhuma filha da p*t* de olhos em bico que me vai mexer na mala. Por isso, vou sair por aquela porta... e se quiserem, venham atrás de mim que depois logo vemos como as coisas correm."
Ninguém veio atrás de mim. Fiquei umas semanas sem lá ir. Desde que voltei os detectores nunca mais apitaram e o segurança cumprimenta-nos sempre.

Há uns dias fiz uma cruz num gabinete de fisioterapia. Existem 2 aqui na vila e eu já experimentei os 2. Cheguei a uma altura em que tinha de me decidir só por 1, porque já andava a fazer umas sessões num e outras noutro e isso não estava a funcionar. Bem, não precisei de escolher. Houve um dia em que quis marcar de uma vez as últimas 4 sessões que tinha e o fisioterapeuta respondeu-me "Tem que ter calma, porque tenho muitas pessoas novas que também precisam de marcar sessões pelo menos 2 vezes por semana. Isto não é assim!"
Pois não, não é assim. É que à conta disso, depois andava eu só com uma sessão por semana. Portanto, como sou eu que pago e com o meu dinheiro faço o que eu bem entendo, desmarquei as sessões que já estavam marcadas e fiz uma cruz à porta.

E vocês, já fizeram cruzes na porta em algum lado?

2 comentários:

  1. Sim amiga...mas acho que foi só para decorar a porta...a intenção era não voltar...e em alguns casos foi assim mas não em todos...afinal as situações mudam e «nunca digas nunca».
    Bjs
    Maria

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  2. eu sou perita em fazer cruzes. Não tenho paciência para gente mal educada que tem a porta aberta para atender pessoas ou vender os seus produtos. Já trabalhei num turismo rural e numa pastelaria e nunca tratei mal ninguém nem fui mal educada, por isso espero o mesmo das outras pessoas, se o dia lhes corre mal ou o namorado ainda não lhes mandou a sms de bom dia azar do caneco! A vida continua e o resto do mundo não tem nada haver com a vida dos outros.
    O azar é k moro no litoral alentejano e não há por aqui muita coisa para frequentar... Olha azar, mais poupo! Lol

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E vocês, o que acham?!

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